7/20/2009

A morte no automobilismo

Henry Surtees... filho do campeão, pole da prova em que corria na F-2 perde a vida de bobeira...



- Como é estranho. O automobilismo ao longo dos anos fez as suas muitas vítimas. Decorrência de acidentes com veículos a mais de 200 por hora pilotos, fiscais de pista, espectadores, muitos perderam a vida durante treinos ou corrida.

- O estranho de tudo isso é imaginar que, embora seja trabalho para muitos, para a imensa maioria o automobilismo é entretenimento. E mesmo entre aqueles que fazem do automobilismo o seu ganha-pão, uma boa parcela dessa camada resolveu seguir este caminho por pura opção devido ao amor que sentem pelo esporte a motor.

- E é uma forma de entretenimento muitas vezes perigosa e complicada. Misturar diversão com o perigo não é uma grande novidade (vejamos os esportes radicais, muitos mais perigosos que automobilismo), mas quando chega o momento das inevitáveis fatalidades, que vira e mexe acontecem, a realidade se torna muito dura e nos dá um banho de água gelada por nos mostrar que há uma linha tênue entre diversão e pânico.


- Me lembro do contato mais próximo com a morte que eu tive no trabalho, que foi justamente no automobilismo. Era 9 de dezembro de 2007, decisão da Stock Car Light em Interlagos, quando após bater contra a proteção de pneus e voltar pra pista o paranaense Rafael Sperafico foi acertado em sua lateral por Renato Russo.

- Os momentos seguintes, antes da confirmação de que o piloto falecera, foram muito complicados. Um estranho sentimento tomou conta de todos os presentes e o clima de constante alegria e agitação se transformou em apreensão. Na sequência todos conhecemos o real significado da expressão "o silêncio que fala".

- Pois bem... e mesmo depois de ter vivido esse momento ainda tenho dificuldades de encarar notícias de morte no automobilismo. É possível hoje para mim imaginar como as pessoas que estavam em Brands Hatch voltaram para suas casas após a confirmação da morte de Henry Surtees. Em silêncio... refletindo sobre a própria vida... pensando que por alguns centímetros ele poderia ter escapado (é quase sempre assim no automobilismo)... será que essa pessoas sonharão com o que aconteceu assim como eu mesmo sonhei?

- Não é suficiente desejar sentimentos à família de Surtees (embora, é claro, todos o façam) pois uma perda nesse nível não pode ser reparada. Um momento como esse também é difícil de se esquecer.

- Acompanhe a história em mais detalhes no blog do colega "Speeder" de onde eu também tirei o vídeo, basta clicar aqui.

2 comentários:

Ron Groo disse...

A morte é inerente a vida, mas quem é que aceita?

Quantos de nós pode ou poderia pilotar em alto nível como os caras que estão lá, seja em que categoria for?

Todos eles, por mais que a gente de bordoada, diga que são ruins.
Por mais que a gente xingue e tudo.
Quando um cara destes está lá acelerando é a realização - por via de outros - do nosso próprio sonho ou desejo.

Sinceramente não conhecia Henry Surtees ou sua carreira, se era promissora ou não.
E creia, isto é o que menos importa.

Carlos Garcia disse...

Faço de minhas as suas palavras. Não citei no texto mas conhecia muito pouco sobre o piloto... mas também não me faz muita diferença pois o momento chocante que mais uma vez no assola é o que fica!!!