5/28/2008

Será mesmo?

Estaria mesmo Nelsinho Piquet na berlinda logo em sua primeira temporada na Fórmula-1?


- Mais uma vez uma história se repete em algum canto do planeta, em algum meio de atividade, como acontece na vida de muitas pessoas e na história de muitas empresas, corporações, entidades e afins. Como o assunto aqui é Nelsinho Piquet a comparação não pode ser outra.

- Lembram-se de quem era o estreante na Renault no ano passado? O bom finlandês Heikki Kovalainen, hoje companheiro de Lewis Hamilton na McLaren. Logo em sua etapa de estréia, na Austrália, ele saiu da pista, rodou algumas vezes e teve assim um desempenho muito abaixo do que se esperava dele, até mesmo pelo eu reconhecido talento em categorias de base, como a GP2.

- O que aconteceu após essa estréia foi que Flávio Briatore, o grande chefão da Renault, resolveu atirar um conjunto de críticas infelizes ao desempenho do piloto que, pressionado, demorou muito para recuperar o bom rendimento. Em uma atitude louvável, todos no time acreditaram nele e o resultado foi um bom final de temporada, coroado com o segundo lugar no caótico Grande Prêmio do Japão. A contratação pela McLaren aconteceu devido à volta de Fernando Alonso e ao contrato que Nelsinho Piquet já havia assinado, mas ele terminou sim o ano prestigiado.

- E por que a situação de Nelsinho Piquet seria diferente? Ele começou o ano como estreante, na Austrália, sem apresentar um bom desempenho. Mais ou menos a mesma situação de Kovalainen mas sem tantas saídas de pistas. Há que se destacar que a prova foi mais agitada que a do ano passado. Gato escaldado, dessa vez Briatore resolveu não partir com tudo pra cima do brasileiro tentando evitar a pressão.

- Mas... ávida por algum assunto que possa render algumas preciosas linhas, a imprensa tratou de fazer esse papel e ativou a sessão "críticas à Nelsinho Piquet". Até substitutos ele já tem: os pilotos de testes Romais Grosjean, francês e Lucas di Grassi e os que ficaram à deriva com a falência da Super Aguri, o japonês Takuma Sato e o inglês Anthony Davidson, bom acertador de carros.

- É bom ressaltar que não estou defendendo ninguém, é bem verdade que seus desempenhos até aqui deixaram muito à desejar, em especial após toda a expectativa gerada em torno do que ele poderia fazer na Fórmula-1 e até mesmo por seu sobrenome.


- E agora? A Renault terá mais uma vez paciência para esperar que um piloto se recupere à bordo de um de seus carros e em pista? E por que não o faria? O grande foco da equipe francesa em 2008 é Fernando Alonso. Tudo que eles precisam nesse momento é fazer com que o carro melhore alguns décimos de segundo, caso contrário não conseguirão manter o espanhol lá por muito tempo, Nelsinho é um assunto secundário.

- Enquanto esperam Nelsinho se adaptar à um mundo que, diga-se, ele já deveria estar adaptado, Fernando Alonso soma seus pontos. Se, ao final da temporada, Piquet conseguir o mesmo feito de Kovalainen - a recuperação - a posição final do time será interessante e renderá alguns dólares a mais. Sem carro não dá. Mas rende notícia.

5/26/2008

Ninguém acredita

Raikkonen joga fora vantagem no mundial...


- Quem acompanha o "Mundo Veloz" deve se lembrar do texto "Dois pra lá, dois pra cá", que escrevi para o "F1 Mania", caso não se lembra clique aqui. Nele eu falava sobre a enorme vantagem que o finlandês Kimi Raikkonen tinha no mundial 2008 pois naquele momento ele tinha 9 pontos de vantagem para o vice-líder Lewis Hamilton. Eu dizia que seria fácil para ele administrar a vantegem pois a vantagem do vencedor para o segundo colocado é de apenas 2 pontos e isso tirava do "Homem de Gelo" a obrigação de vencer.

- Pois bem, 3 corridas se passaram - Espanha, Turquia e Mônaco - e ele fez questão de jogar por terra minha tese tão caprichada, usada para a estréia no site. Hoje Lewis Hamilton é o novo líder do mundial com 38 pontos, 3 a mais que ele. Para piorar ainda mais sua situação, Felipe Massa está em ascensão no mundial e apenas 1 ponto atrás de seu companheiro de equipe.

- E por que isso aconteceu? Porque Raikkonen fez tudo que não poderia. Claro que ele não tem culpa na punição que sofreu, mas não havia porque andar tão forte no final da prova de ontem. O acidente foi um pouco estranho, mas já com a saída do Safety Car da pista ele veio balançando o carro e escapando de traseira na tentativa de ganhar a posição de Adrian Sutil. E mais que isso, não se faz ninguém chorar. O mundo teve pena do alemão, que teve de abandonar prova por conta do erro de Kimi.

Hamilton:

- Providencial o resultado para ele pois a partir de agora a situação da McLaren ficará extremamente difícil. Poucas pistas se adaptam tão bem ao carro que ele guia. Ele pôde pelo menos mostrar quão bom piloto ele é e também garantiu uma folga de pontos que o permitirá aproveitar eventuais bobagens que possam fazer seus concorrentes Raikkonen e Massa.

Indy:

- A vitória de Scott Dixon ontem no superoval foi mais do que merecida e, fato raro, não foi decidida na estratégia não. Durante a prova ele sofreu forte pressão de Tony Kanaan, Vitor Meira e Marco Andretti, que se alternaram no combate. Mas, por ter sido o único a estar sempre à frente, mereceu o prêmio milionário dado ao vencedor da tradicional prova.

- Excelente o resultado de Vitor Meira também, super combativo no final e que por uma bandeira amarela não consegue bater Dixon.

- A nota triste vai para a transmissão. É uma tremenda falta de ética da minha parte fazer este comentário, mas após o abandono de Tony Kanaan ficou difícil de aturar. O tempo todo o narrador Luciano do Valle tentou empurrar goela abaixo dos espectadores que Vitor Meira e Helio Castroneves eram os pilotos que mais tinham chances de vencer. Acho importante dar destaque aos pilotos brasileiros, mas sem distorcer a realidade.