- Mais uma vez uma história se repete em algum canto do planeta, em algum meio de atividade, como acontece na vida de muitas pessoas e na história de muitas empresas, corporações, entidades e afins. Como o assunto aqui é Nelsinho Piquet a comparação não pode ser outra.
- Lembram-se de quem era o estreante na Renault no ano passado? O bom finlandês Heikki Kovalainen, hoje companheiro de Lewis Hamilton na McLaren. Logo em sua etapa de estréia, na Austrália, ele saiu da pista, rodou algumas vezes e teve assim um desempenho muito abaixo do que se esperava dele, até mesmo pelo eu reconhecido talento em categorias de base, como a GP2.
- O que aconteceu após essa estréia foi que Flávio Briatore, o grande chefão da Renault, resolveu atirar um conjunto de críticas infelizes ao desempenho do piloto que, pressionado, demorou muito para recuperar o bom rendimento. Em uma atitude louvável, todos no time acreditaram nele e o resultado foi um bom final de temporada, coroado com o segundo lugar no caótico Grande Prêmio do Japão. A contratação pela McLaren aconteceu devido à volta de Fernando Alonso e ao contrato que Nelsinho Piquet já havia assinado, mas ele terminou sim o ano prestigiado.
- E por que a situação de Nelsinho Piquet seria diferente? Ele começou o ano como estreante, na Austrália, sem apresentar um bom desempenho. Mais ou menos a mesma situação de Kovalainen mas sem tantas saídas de pistas. Há que se destacar que a prova foi mais agitada que a do ano passado. Gato escaldado, dessa vez Briatore resolveu não partir com tudo pra cima do brasileiro tentando evitar a pressão.
- Mas... ávida por algum assunto que possa render algumas preciosas linhas, a imprensa tratou de fazer esse papel e ativou a sessão "críticas à Nelsinho Piquet". Até substitutos ele já tem: os pilotos de testes Romais Grosjean, francês e Lucas di Grassi e os que ficaram à deriva com a falência da Super Aguri, o japonês Takuma Sato e o inglês Anthony Davidson, bom acertador de carros.
- É bom ressaltar que não estou defendendo ninguém, é bem verdade que seus desempenhos até aqui deixaram muito à desejar, em especial após toda a expectativa gerada em torno do que ele poderia fazer na Fórmula-1 e até mesmo por seu sobrenome.
- E agora? A Renault terá mais uma vez paciência para esperar que um piloto se recupere à bordo de um de seus carros e em pista? E por que não o faria? O grande foco da equipe francesa em 2008 é Fernando Alonso. Tudo que eles precisam nesse momento é fazer com que o carro melhore alguns décimos de segundo, caso contrário não conseguirão manter o espanhol lá por muito tempo, Nelsinho é um assunto secundário.
- Enquanto esperam Nelsinho se adaptar à um mundo que, diga-se, ele já deveria estar adaptado, Fernando Alonso soma seus pontos. Se, ao final da temporada, Piquet conseguir o mesmo feito de Kovalainen - a recuperação - a posição final do time será interessante e renderá alguns dólares a mais. Sem carro não dá. Mas rende notícia.