4/09/2009

1 ano em 2 semanas

O que foi "projetado e testado" no período de um ano, agora é modificado em 14 dias...


- Durante todo o ano de 2008 muito se falou sobre o novo carro. O projeto, que data de tempo maior ainda que um ano, foi feito durante toda a temporada e início de 2009 incluindo testes. A categoria chegou em Interlagos com inúmeros problemas. E agora conseguem modificar tudo em duas semanas com um novo sistema de fixação do capô e novo escapamento, que inclusive gera mais potência para os carros.

- Não dava para ter feito antes? Que raio de testes a categoria realizou antes de chegar à São Paulo?

4/08/2009

Notas - Malásia

Sai o Troféu F1 Mania... e aqui as minhas justificativas...

- Com as notas recém-publicadas no Troféu F1 Mania, Jenson Button dispara na liderança do Ranking com 19,85 pontos contra 16,5 do vice Glock. As notas são atribuidas Victor Berto, Rodrigo Steigmann, Giovani Romão e este que aqui escreve. Apenas Romão não deu nota 10 para Button na Malásia.

- Entre as equipes a Brawm, claro, lidera com 17,75 pontos contra 15 da surpreendente Red Bull que prova mesmo que há uma inversão de valores nesse início de mundial.

- Abaixo as justificativas para as minhas notas. Concorde, discorde, critique, elogie.


PILOTOS

Button: Não há mais palavras para expressar o feito de um piloto que saiu da quase aposentadoria e que já vinha sendo ignorado pela imprensa de seu país para a conquista das duas primeiras etapas do ano. Ambas com pole e vitória. Nota: 10

Heidfeld: Ousou na pista ao partir com tanque cheio para a prova já que a chuva era dada como certa. Quando preciso andou entre os líderes e o resultado foi a segunda colocação conquistada com segurança e experiência. Nota: 8,5

Glock: Em corridas caóticas como esta alguém sempre será comentado por ter feito algo além dos outros. O nome da corrida desta vez foi Timo Glock que, com pneus intermediários no momento certo, fez o que dele se esperava. Arriscar tudo enquanto a chuva não vinha. Terceiro lugar foi pouco, mereceu a vitória. Nota: 9,5

Trulli: Rápido no sábado como sempre. Na prova largou bem e teria assegurado uma posição no pódio (ou até brigado pela vitória) não fosse a inconstância no clima. Nota: 8,5

Barrichello: Punido com a perda de cinco posições se recuperou bem, fez ultrapassagens (destaque para a disputa com o bicampeão Alonso) e poderia ter conquistado posições melhores, em especial debaixo de chuva, mas o final prematuro da prova acabou com suas chances. Porém o sinal de alerta está ligado, é bom bater logo seu companheiro de equipe ao menos em uma corrida. Nota: 8

Webber: O caos o jogou para a sexta posição. Após a prova fez seu papel de líder dos pilotos e organizou um movimento contra a continuidade do GP. Nota: 5,5

Hamilton: Sofre com o carro neste início de temporada e também o fraco apoio que sua equipe lhe dá fora das pistas. Em Sepang, talvez por esses motivos, esteve apagado. Nota: 4,5

Rosberg: Agora que o carro corresponde (não se sabe por quanto tempo) ele mostra porque merece um lugar em uma equipe grande. Se posicionou bem no grid, largou como gente grande, liderou com muita autoridade e só não se colocou melhor no final pois a chuva definitivamente mudou a ordem natural das coisas. Nota: 9,5

Massa: A equipe não lhe deu suporte em Sepang, bem como a McLaren à Hamilton, mas mesmo assim Felipe teve participação na decisão do sábado, quando não voltou à pista após uma volta ruim na classificação. Na corrida não teve muito o que fazer, apenas algumas ultrapassagens aumentam sua nota. Nota: 5

Bourdais: Enquanto alguns se destacam outros nem aparecem. Glock foi o nome e Bourdais ninguém viu. Nota: 2

Alonso: Espetacular largada. Mesmo com a vantagem de usar o KERS ele foi ousado e agressivo, conquistando várias posições. Durante a prova não teve muito o que fazer, apenas lutar contra o fraco desempenho de seu Renault. Tudo isso enquanto lutava contra uma inflamação no ouvido. Nota: 7

Nakajima: Está levando um baile do companheiro de equipe. E seria prudente para ele não colocar a culpa no carro. Nota: 3

Piquet: Mais uma vez decepcionante na classificação e apagado na corrida, sendo obrigado a partir para uma estratégia de apenas um pit stop que não deu resultado. Nota: 2

Raikkonen: Parece ter extraído tudo de sua Ferrari, tendo se classificado no limite possível. No domingo fazia prova honesta quando a equipe acabou com suas chances. A decisão de vestir uma bermuda e tomar um sorvete após a paralisação da prova se mostrou sabia. Nota : 6,5

Vettel: O carro é bom e o garoto melhor ainda. Não fosse a punição e ele teria mais uma vez batido o companheiro "leão de treino" no sábado. No domingo vinha muito bem mas... também abandonou. Nota: 6,5

Buemi: Mais uma vez de forma discreta o estreante suiço apareceu entre os primeiros e poderia tranquilamente chegar nos pontos não fosse o abandono. Foi constante mais uma vez e bateu o companheiro de equipe enquanto esteve na pista. Nota: 5

Sutil: Discreto como o time nesse início de temporada. Ao contrário de seu companheiro não parece se esforçar ao máximo, o que seria interessante nesse início equilibrado de temporada. Nota: 2,5

Fisichella: O contrário de Sutil vale para ele. Apesar do erro bisonho de Melbourne ele tem andado constantemente nos pontos e deve em breve tirar sua equipe do zero, até que enfim. Nota: 5

Kubica: Não fez muito no sábado e nem no domingo, quando abandonou com problemas de motor. Nota: 4,5

Kovalainen: Nâo conseguiu completar sequer uma volta em 2009, abandonando as duas corridas na primeira volta. Em Sepang foi imperdoavel. Nota: 0,5

EQUIPES

McLaren: Como se já não bastasse o carro não funcionar a contento neste início de temporada o time ainda faz seu principal piloto pagar um mico mundial. Talvez fique fora de alguma (s) prova (s) do mundial. É o fim da picada. Nota: 4

Ferrari: Alguém poderia lembrar aos comandantes do time que o carro de um de seus pilotos poderia estar ostentando neste momento o número "1" caso não fossem os erros do próprio time. Pra que arriscar mais então? Nota: 0,5

BMW: Ao que tudo indica não só a McLaren e a Ferrari não brigam mais pela liderança do mundial como também a BMW não está mais confortável na terceira posição. A inversão de valores da Fórmula-1 fez mais uma vítima. Nota: 6,5

Renault: Já era esperado que a equipe não brigasse pelas vitórias, mas sim que, com a recuperação demonstrada no final do ano passado, o carro andasse um pouco mais a frente. Não está acontecendo. Nota: 4,5

Toyota: Excelente no sábado com Trulli e melhor ainda na estratégia com Timo Glock durante a prova. Por muito pouco a primeira vitória não chegou na Malásia, mas está cada vez mais perto. Nota: 9

Toro Rosso: A equipe não começou bem. Desta vez a matriz está dando um baile na filial. É mesmo a ordem natural das coisas? Nota: 4

Red Bull: O carro definitivamente é bom. Vettel teria largado em segundo caso não houvesse sido punido e provavelmente brigaria pela vitória. De Webber não há muito o que se esperar mesmo. Nota: 7,5

Williams: Mais uma que acertou a mão do carro, com difusor ou não. E Rosberg segue aproveitando para mostrar serviço. Caso o carro mantenha o redimento até o fim do ano, algo improvável, talvez Frank Williams consiga segurar o alemão. Nota: 7

Force India: Vai sofrer muito durante a temporada e já se mostrar como a mais séria candidata à lanterna do mundial. Nota: 3,5

Brawn: Não hã mais o que falar sobre o desempenho da nova equipe. No seco ou no molhado é mesmo o melhor carro e tem a melhor cabeça pensante na estretágia. Bingo. Nota: 9,5

4/06/2009

Os outros vencedores que só levaram metade...

Pela quinta vez na história pilotos levam metade dos pontos...



- Confira a lista de outros Grandes Prêmios, fora o de ontem, que não chegaram ao total de 75% das voltas e distribuiu apenas metade dos pontos para os primeiros colocados. Acima, últimas voltas do Grande Prêmio da Austrália de 1991, última ocasião onde algo semelhante havia acontecido.

Espanha - 1975:
Alguma tragédia já era esperada para essa prova tanto que, após ameaças de alguns pilotos não participarem da prova, várias obras de segurança foram realizadas na madrugada anterior ao GP, o último realizado em Montjuich. O alemão Rolf Stommelen e o brasileiro José Carlos Pace, após um início de prova já muito conturbado, se chocaram e o carro do alemão levanta vôo em direção ao público matando 5 pessoas. A corrida prosseguiu pois os cabos de comunicação entre o local e a torre, incluindo câmeras de TV, foram destruídos com o acidente e ninguém sabia o que havia se passado. Stommelen sobreviveu com costelas quebradas, 3 bombeiros morreram, um fotógrafo e um torcedor. Quando o diretor d eprova foi informado da tragédia apenas 29 voltas haviam sido completadas mas a corrida teve seu final decretado naquele momento e Montjuich nunca mais viu a Fórmula-1. Jochen Mass foi o vencedor em uma prova que até hoje é a única onde uma mulher, Lella Lombardi, conquistou pontos na categoria, ou melhor, pontos não, apenas meio ponto;


Austria - 1975: Este final de semana não começou bem. Logo no warmup de domingo o americano Mark Donohue sofreu um furo de pneu e ao deixar a pista acertou um comissário de pista, que perdeu a vida. O início da prova foi adiado em 45 minutos, também em função de uma tempestade anunciada, as equipes naquele época tinham tempo para se preparar para isso. A GPDA, também na volta 29, pressionou a direção de prova para que fosse dada bandeira vermelha, ação que foi posta em prática. Porém, em uma total confusão, o diretor de prova agitou a bandeira quadriculada no lugar da vermelha e assim a prova foi dada como encerrada com o italiano Vittorio Brambilla na primeira posição. O italiano, extasiado com o resultado, comemorou ode forma tão exagerada (com os dois braços para fora do carro) que ainda chocou-se contra as barreiras de proteção destruindo a frente de seu carro;

Mônaco - 1984: Essa terceira ocasião onde os pilotos levaram apenas metade dos pontos talvez seja até hoje a mais famosa delas. Muita chuva mais uma vez tomava conta do circuito. Dois pilotos estavam ultrapassando quem viam pela frente, o alemão Stefan Bellof e o brasileiro Ayrton Senna. Quando tricampeão mundial, que disputava sua temporada de estréia pela Toleman, estava prestes a ultrapassar o líder Alain Prost o odiretor de prova Jack Ickx deu a prova por encerrada. No final do ano o francês perdeu o título da temporada para o austríaco Nick Lauda por apenas meio ponto. Naquele dia Prost fez 4,5 pontos. Caso houvesse feito a prova inteira e terminasse em segundo faria 6 e ficaria com a taça;

Austrália - 1991 (imagens acima): Na despedida de Nelson Piquet e Satoru Nakajima da Fórmula-1, mais uma vez a chuva se fez presente levando o caos à uma corrida de Fórmula-1. Quando o brasileiro Ayrton Senna liderava a prova, pressionado por Mansell, a chuva se instalou de vez no circuito. Eram percorridas 14 voltas e após um acidente onde o "Leão" saiu de seu carro mancando a direção acionou a bandeira vermelha. Em um procedimento parecido com o deste último Grande Prêmio da Malásia, instantes após a bandeira vermelha a prova foi dada como encerrada.

4/05/2009

Muito brilho, pouca luz

Mais uma vez Button vence, mas leva só metade dos pontos...


- É incrível o desempenho da Brawn GP em alguns aspectos: 2 vitórias em duas corridas, o que nunca havia acontecido (excluindo Alfa Romeo em 1950, quando todas as equipes estreavam em um mundial), capacidade incrível de adaptabilidade às dificuldades e um piloto extremamente motivado a derrubar seus adversários enquanto as equipes rivais não desenvolvem seus modelos.

- O Grande Prêmio da Malásia foi o retrato da arrogância da FOM, que detém os direitos comerciais da Fórmula-1. De tudo fizeram para que os malaios aceitassem correr sob luz artificial em um GP noturno e, ao não conseguir, resolveu marcar a prova em um horário completamente inconcebível, 5 da tarde, sob alto risco de fortes chuvas e também de serem atingidos pela falta de luz natural.

- Não deu outra, o fã da Fórmula-1 ficou sem acompanhar as 23 voltas finais da prova pois, após um verdadeiro dilúvio, a corrida teve de ser interrompida pois os pilotos não conseguiam atingir sequer o desempenho do Safety Car na pista. Após exatos 46 minutos, om incrível falta de agilidade para tomar decisões, a corrida foi dada como terminada de vez.

- O ocorrido foi as 18:06hs locais, 07:06hs de Brasília), a partir daí ficou a dúvida. Carros parados, parcialmente cobertos, pilotos mantendo-se aquecidos, exceto Kimi Raikkonen, que apareceu já de bermuda, timando sorvete e uma Coca Cola (ou seria Cuba Libre), será que a corrida voltaria a acontecer? Enquanto isso a não surpreendente falta de luz natural foi tomando conta do circuito malaio. Somente as 18:52hs locais foi feito o anúncio de que o Grande Prêmio da Malásia havia sido encerrado faltando 9 voltas para que o número mínimo de 75% houvesse sido atingido. Esse é o motivo que fez com que os pilotos levassem apenas metade dos pontos.

- O mundo inteiro sabia o risco de se fazer uma prova naquele local e naquele horário. A FIA e a FOM deram de ombros e bateram o pé e insistiram no que haviam marcado anteriormente.

- Essa atitude foi tomada para garantir a audiência no solo europeu. Será que eles gostam tanto assim de Fórmula-1 que não são capazes de acordar de madrugada? Assim sendo merecem essa atenção? Ou foi a própria Fórmula-1 que perdeu seus atrativos em especial para aquele público?

- Tudo que eu sei é que aqui no Brasil nós acordamos as 6 da manhã e gostaríamos de ter visto a prova inteira.