- É, hoje é o dia em que o mundo para. Não, não estou falando de empresas, seus trabalhadores, das necessidades do mundo e etc, etc, e tal. Falo de nós, amantes do automobilismo. Sempre a cada dia 1º de maio a gente para, reflete, tenta se lembrar do que aconteceu, imaginar como seria se "ele" não tivesse partido. Ele é Ayrton.
- Alguns exercícios são inevitáveis. Quais seriam as chances dele não correr e evitar tudo o que aconteceu? Será que o destino existe mesmo e isso tinha de acontecer? Ele seria suspenso se não corresse? Ele sabia que morreria?
- A comunidade blogueira, os editores de diversos sites, os produtores de TV, todo mundo pensa nisso a cada dia 1º de maio. Tenho um tio que aniversaria nesta data que antes era conhecida como o "Dia do Trabalho" e que agora é conhecida com o dia do aniversário da partida dele. Pelo menos para mim. Meu tio há de me desculpar, mas sempre me lembro primeiro desse fato.
- E era na casa deste tio que eu estava há exatos 15 (puxa, quanto tempo, estou mesmo ficando velho). Eu, meu primo e minha avó (que também já se foram). Meu tio não estava, ele trabalha domingo de manhã na mesma profissão que hoje escolhi pra mim, o rádio.
- Como a maioria das pessoas com quem eu conversei até hoje eu não acreditava que aquele forte acidente causaria a morte do tricampeão. Pensei nos pontos que ele perderia no campeonato e no quão difícil seria uma recuperação. Talvez porque no dia anterior eu não tenha assistido o treino de classificação e não tenha visto o acidente que vitimou Roland Ratzenberger. Mesmo no domingo eu não tinha visto o acidente ainda pois coincidentemente quando houve a reprise eu não estava perto da TV.
- E ao comentar o acidente com o austríaco, ainda no sábado, ouvi de minha irmã em frente à pequena TV do quarto: "Já pensou se acontece isso com um Ayrton Senna?". Não, eu juro que não estou inventando, ela disse, não esqueço.
- Ouvindo pelo rádio também não há como esquecer da voz italiana e misteriosa de Cláudio Carsughi pela rádio Jovem Pan exclamando que "Senna é morto", algo que parecia estranho mesmo diante da inegável experiência do comentarista.
- Não da pra medir como minha vida mudou nesses 15 anos, não por isso e sim por diversos outros motivos, afinal 15 anos não são 15 dias. Passei por vários empregos, ingressei em uma profissão, conheci músicas, tive minhas bandas de rock, me integrei à várias redes de amigos, vi projetos, vi presidentes entrarem e saírem, prefeitos, tenho uma noiva. É muita coisa. Tudo isso regado à Fórmula-1 nos finais de semana pois eu não consegui parar de seguir aquela paixão.
- Na Fórmula-1 eu acompanhei depois disso toda a era Schumacher. Vi sacanearem Rubens Barrichello (não a equipe e sim a própria imprensa brasileira), vi nascer Alonso, o azar de Raikkonen e sua incrível sorte no GP do Brasil de 2007, vi nascer Massa, a decisão de título mais espetacular de todos os tempos, uma corrida com 6 carros, brigas e mais brigas, mudanças e mais mudanças nos regulamentos, comentei Fórmula-1 em rádio, enfim...
- E mesmo assim, após passar 15 anos, é impossível não parar nesse dia 1º de maio para lembrar o que aconteceu, para comparar como seria o brasileiro correndo hoje, o que ele estaria fazendo nos dias atuais e até ouvir a eterna disputa entre quem era melhor, Senna ou Schumacher?
- 15 anos é uma marca especial. Nós, seres humanos, damos valor a alguns números. 10 anos, 15, 20, 25 e por aí vai. A passagem dos anos, como diria Drummond, é ideal para que nós possamos renovar as nossas energias, valores e afins.
- E é assim que funciona. Cada passagem de ano nos ajuda a aceitar melhor o rumo que as coisas devem tomar até que a próxima geração, aquela que conhece Senna através dos túneis, estradas e avenidas que levam seu nome, possa apenas respeitá-lo como um grande nome do passado e deixá-lo, enfim, descansar em paz.
- Recomendo o excelente texto escrito pelo Rianov Albinov, que me fez relembrar em detalhes aquele final de semana. Clique aqui.
Estamos vivendo a terceira geração depois "dele"...
- Hoje coloquei no ar a coluna "Fórmula-1 3G? Estamos ficando velhos?". O título meio maluco remete à terceira geração que estamos vivendo contando aquela que me despertou para o mundo da Fórmula-1 e que enterrou o desejo de acordar cedo para assistir corridas em tanta gente.
- Leia os detalhes na coluna, mas entenda abaixo um pouco do que quero dizer após a divisão que em fiz e seus mais conhecidos nomes. Quer ajudar a completar a lista? Fique a vontade e conte comigo para preencher os nomes.
- A histórica foto representa o que foi a primeira das gerações que eu acompanhei com atenção e força.
Button vence e Trulli, o melhor da equipe japonesa, chega apenas em terceiro...
- Confesso que eu estava cercado de boas expectativas. Na Fórmula-1, ocasiões e momentos conquistam mais minha torcida do que pilotos ou equipes. Pois hoje eu torcia particularmente pela equipe que, quando estreou na Fórmula-1, conquistou de cara minha simpatia, perdida anos depois pela ausência de resultados mesmo como exagero de investimentos.
- Pois coo 2009 começou diferente, não poderia haver condição melhor para que a equipe vencesse uma corrida, o que ainda se faz possível. Hoje porém, era a melhor oportunidade para que o resultado fosse conquistado. A Toyota tinha seus dois pilotos na primeira fila.
- Glock conquistou posição de Trulli na largada. Melhor ainda, diriam alguns, afinal o alemão aparenta ser mais consistente que o italiano. Os dois seguiam dominando a prova até que Timo fez sua parada na volta 11, relativamente cedo mas é normal. Trulli fez sua parada na volta seguinte.
- Enquando o piloto que liderava demorou 9,8 segundos para realizar o trabalho, Trulli levou 8,9, quase um segundo mais rápido. O taliano não só tomou a posição de volta como também colocou Raikkonen e Alonso entre eles.
- A equipe errou nas palavras de Trulli: "Foi um erro colocar pneus duros naquele momento, vamos sentar com os engenheiros e conversar". De fato ele passou a ser o segundo colocado enquanto o iluminado Button já era o líder. Mas apesar do bom carro que Jarno tinha, ele teve de se contentar em segurar Vettel e Hamilton enquanto o primeiro piloto da Brawn GP disparava na frente rumo à vitória sonhada pela Toyota.
- Parece ter sido mesmo um erro de estratégia com Trulli e algum outro problema de perda de rendimento com Glock que impediu a conquista. Estratégia pe algo que se corrige tranquilamente, a Toyota vai conseguir. E em 2009.
E mais...
- A Ferrari, que se apoiava na possibilidade de conquistar pontos para não obter a marca d epior início de temporada de sua história os conseguiu. Mas mesmo assim este ela conseguiu a marca. Anteriormente o pior início de ano havia sido 1980 e 1981 onde também não pontuara nas 3 primeiras provas mas conquistara um 5º lugar na quarta etapa. Hoje Raikkonen foi o 6º;
- E a Brawn GP acende o sinal amarelo. Talvez o mesmo amarelo que ela usava fortemente na lateral de seus carros. Não domina mais a categoria como nas primeiras provas. O que o gênio Ross Brawn pode fazer desta vez? Prometer alterações para o GP da Espanha ele promete, mas o que será que vem por aí?
- Nelsinho Piquet teria se redimido dos erros cometidos ontem e também do mau início de temporada? Seu ritmo na corrida hoje foi bom e ele ficou apenas 2 posições atrás de Alonso. No caso dele é lucro;
- Foi o primeiro GP normal da temporada. E vimos que há ultrapassagens (muitas motivadas pela briga dos que tem KERS contra os que não tem) no início de depois tudo fica normal. O box continua sendo a grande opção, até mesmo porque ninguém quer arriscar.