10/10/2009

Aí o bicho pega

Red Bulletin, como já é de costume, mais uma vez pega no pé do Brasil...


- É o país do futuro, é o país amado pelos jornais europeus, é o país da Copa do Mundo e das Olimpiadas, é o país do Lula (elogiado lá fora), mas nossos problemas sociais ainda parecem evidentes aos olhos dos gringos. É o que indica a edição brasileira do "Red Bulletin" de 2009.

- Antes de mais nada é necessário dizer que o "Red Bulletin" é uma publicação da Red Bull que trata de forma amistosa e caricata o país sede de cada corrida do mundial de Fórmula-1. Uma edição 100% brasileira já circulou no circo da Stock Car também. O objetivo, nem sempre atingido, é ser engraçado. Mas é necessário também lembrar que o espírito é sempre de brincadeira.

- De qualquer forma é impossível negar que os velhos estereótipos brasileiros ainda estão em pauta, mesmo em um momento onde o Brasil é tido como um país um pouco mais "pop" no cenário mundial.

- Não fosse assim e comentários do tipo "devo parar no sinal vermelho?" e "é uma mulher de verdade?" não seriam proferidos na publicação. Mas para manter o tom bem-humorado os caras do "Red Bulletin" não se esqueceram de perguntar se "minha mulher vai acreditar que esse fio dental usado é um presente para ela?" e "gostaria de beber a oitava caipirinha?", coisas que geralmente deixam os estrangeiros malucos ao chegarem em terras tupiniquins.

- O título da brincadeira é "Brasil é uma droga que a Fórmula-1 não se cansa". Frase dúbia... dá prazer? faz mal? São dúvidas que a reportagem deixa no ar.

- Como dito aqui, a tentativa do "Red Bulletin" é ser bem-humorado, e não é só o Brasil o alvo da mini-revista. Todos os países pelo qual a Fórmula-1 passa tem seus defeitos amplificados pela equipe da Red Bull.

- Como todos os lugares do mundo tem predicados e também problemas não podemos agora pensar que o Brasil é diferente apenas pelo fato de estarmos vivendo um bom momento. Fiz questão de começar o texto de forma otimista para os brasileiros, mas nossos problemas ainda são sérios demais e os gringos sabem disso. Durante anos esses problemas foram citados nos quatro cantos do planeta e hoje serão usados como estereótipo de um país que luta para sair da posição que se encontra para circular entre os grandes. E mais que isso... para incomodar os grandes, que custarão a aceitar essa "nova" realidade.

- Logo, é importante que se diga àqueles que criticam a publicação. O "Red Bulletin" é assim mesmo, toca na ferida procurando sempre falar a verdade e amplificá-la para não perder a piada. Se dermos motivos para que façam isso paciência... e nós ainda damos motivos para muitas e muitas críticas acerca de nosso país. Façamos festas para nossas conquistas... mas devemos enxergar nossos erros.

GT3 e 4 no Brasil

GT3 agora e GT Brasil e conta com o GT4, que salva a lavoura de muita gente...



- Não poderia deixar passar em branco algo interessante que tive a possibilidade de acompanhar de perto esta semana. Na última quarta feira aconteceu a apresentação do novo formato do Itaipava GT Brasil, evento que em 2009 engloba a GT3 e também o Trofeu Maserati, além da Copa Renault Clio.

- O que vimos na última bateria dupla no Rio de Janeiro foi dramático para a principal categoria do evento, que é exatamente a GT-3. Apenas 9 carros compuseram o grid, ofuscando um pouco o brilho das boas corridas que aconteceram no também combalido autódromo carioca. Os carros são caros, a inscrição é cara e a manutenção desses carros também é caríssima.

- Para se ter uma noção, o matogrossense Hoover Orsi, grande novidade do último final de semana, após um tempo fora do automobilismo (algo que não deveria ter acontecido) ficou de fora pois a equipe não tinha um câmbio reserva para substituir o problemático. Em conversa via Twitter com o "Mundo Veloz" ele afirmou que a peça custa 20 mil euros. Difícil. Fora a ausência dos lendários Ford GT.

- Para combater esses problemas a mantenedora da categoria, através de seu representante Antonio Hermann, anunciou a incorporação do GT4, uma forma de baratear custos, aumentar o grid e também utilizar os carros que hoje compõem o Troféu Maserati, categoria que acaba no próximo ano devido ao final do contrato com a empresa, mas que na prática acaba se fundindo ao novo certame.

- O campeonato tem vários carros homologados. Além dos Maserati já existentes em solo brasileiro, mesma situação dos Porsche 996, há possibilidade de vermos em pistas brasileiras carros como Ford Mustang, BMW Z4, Corvette C6, Aston Martin N24, Ginetta G50, Opel GT, Lotus Exige e até mesmo Nissan 350Z. Carros de preparação mais barata pois são mais próximos do que aqueles que vemos nas ruas.

- Mais novidade. Com o propósito de tornar as corridas mais atrativas para o público que vai ao autódromo, GT3 e GT4 largam juntas, cada qual com o seu vencedor e demais pontuadores. Além disso, o campeonato brasileiro de Superbike (sim, motos!!!), fará parte do evento, o que por sinal torna mais cuidadoso o processo de escolha das pistas pelo qual o evento passará. A volta das Mil Milhas como evento extra-campeonato também foi anunciada, com os organizadores certos de que os carros que correm o campeonato também participem da tradicional prova.

- Além da grande torcida do "Mundo Veloz" para que tudo dê muito certo, esteja certo você amigo leitor que estaremos mais uma vez prestando atenção ao que acontece. A promessa de internacionalização e elitização das Mil Milhas não foi cumprida, o crescimento da GT-3 não aconteceu, e os dois eventos são organizados pela SRO Latin America. Não me esqueço que o automobilismo nacional foi atingido em cheio pela crise econômica mundial, que por sinal já está de saída, mas alguns problemas surgiram antes mesmo da passagem da mesma.

- Em contrapartida, pilotos que hoje disputam um torneio como o Trofeu Maserati não podem ficar sem o certame, afinal de contas eles fazem parte de um time de pilotos dos mais fiéis do Brasil. Os carros também não podem ser colocados de lado, a idéia de juntá-los à GT4 (por já serem homologados, que fique bem claro) é ótima. Acredito que de início veremos mais os carros que já estão no Brasil, como os Porsches também, mas se pintar por aqui algum Nissan ou Aston Martin vale ainda mais o ingresso. Mais que isso, agora esses carros podem aparecer em TV aberta, com a transmissão na Record News, confirmada para 2010.

- Com o evento ganhando visibilidade e força, a possibilidade de se aumentar o grid da GT3 passa a existir também, apesar de ser uma alternativa um pouco mais cara. A primeira vista, as medidas que foram anunciadas parecem desculpas para se disfarçar um grid mais cheio, mas na verdade não é isso, é o Marketing sendo usado de forma bem positiva. Que tudo dê certo para o GT Brasil e seus agregados em 2010, o Brasil merece.

10/09/2009

Raikkonen em dúvida

O destino de Raikkonen parece ser a McLaren, parece...


- A ida de Raikkonen para a McLaren é praticamente certa, isso é verdade, em especial após a ida de Fernando Alonso para a Ferrari, que o deixou a pé. Pois bem, mas o espírito diferenciado campeão mundial de 2007 parece trazer alguns problema spara essa negociação.

- Detalhes acerca da elaboração do contrato estão travando o acordo. O site português Autosport diz que ele quer participar de provas de Rali durante o inverno, afinal não é segredo de ninguém que esse será seu caminho após o fim de sua carreira na Fórmula-1. A McLaren, porém, quer liberá-lo para apenas 3 provas por ano. Muito menos do que o que ele espera e até menos do que ele disputaria como piloto da Ferrari.

- A McLaren é uma equipe precavida com este tipo de assunto. Em 2006 o colombiano Juan Pablo Montoya ficou algumas provas de fora após um acidente de Motocross e a equipe teve de lançar mão do piloto reserva Pedro de La Rosa.

- Além disso, a McLaren quer uma participação mais efetiva do piloto em ações promocionais. Outro problema para o recluso piloto. Ele não gosta dessa badalação da Fórmula-1, é o tipo de piloto que gosta de sentar em um carro que possa lhe dar chances de brigar pelo campeonato, acelerar e pronto. Se pudesse, após cada corrida iria para casa e jamais daria entrevistas.

- É um rapaz que, sim, gosta de festas, gosta de se divertir e dar risada, mas não em público. E muito menos por obrigação. Esse será um problema.

- Caso consiga fechar o acordo nas condições que pede, o finlandês terá problemas. Hamilton faz o que o time pede, a hora que pede e não gera esse tipo de problemas. É o querido do time e além de tudo Raikkonen saiu da equipe com leves problemas. E admitiu que se divertia quando pilotava para a Ferrari.

- Definitivamente não parece a situação ideal para Raikkonen. Esse retorno para a McLaren não me parece nem um pouco interessante. Isso diminuirá ainda mais o seu prazer na categoria... seus dias estão contados.

10/05/2009

Ele está voltando

Felipe Massa chega à Maranello, conversa com Ferrari, testa simulador e pode ir para a pista esta semana...

- 72 dias após sofrer o pior acidente de sua carreira, quando uma mola se soltou do carro de Barrichello e voou contra sua cabeça, o brasileiro Felipe Massa está de volta à Maranello (via Portal MSN). É o segundo passo dado em direção à sua volta à Fórmula-1 (o primeiro passo foi o teste de kart em dois dias na Granja Viana semana passada). O cronograma é simples: Felipe já vai para o simulador do time e, caso sinta-se bem, já guia a versão 2007 do carro da Ferrari, com o qual conquistou a quarta posição no mundial, com pneus adaptados da GP-2, afinal de contas caso os atuais pneus sejam usados pode-se caracterizar um teste, o que é proibido em meio à temporada.

- Tanto Felipe Massa, que afirma estar de volta à sua segunda casa, quanto Stefano Domenicalli, que chamou até o presidente Luca di Montezemolo para cumprimentá-lo, estão eufóricos. Tudo isso porque há a pequena possibilidade de Felipe correr já no Grande Prêmio do Brasil e a grande possibilidade de participar da prova de Abu-Dhabi, que encerra o campeonato. A decisão será dos médicos da FIA.


- É um passo importante na briga contra seu novo companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso, recém contratado pelo time. Massa precisa não só voltar logo para se recuperar do trauma do acidente, como também precisa recuperar o tempo de pista perdido com sua ausência. É como gostam de dizer os jogadores de futebol que se contundem e ficam "fora de ritmo".

- Caso só participe de uma corrida no ano que vem, o brasileiro sai em desvantagem contra Alonso, com tempo de pista e sem ter ficado parado uma prova sequer. Nos testes de pré-temporada, por exemplo, apenas um carro pode ir à pista por vez, e não consigo crer que a Ferrari daria algum privilégio à Felipe após ter contratado o espanhol a peso de ouro.

- Mais que isso. Não há lugar melhor para voltar do que o Grande Prêmio do Brasil, não só por ser sua prova caseira, mas também por ter sido o palco da principal disputa de sua vida até aqui. Seria como ter saído derrotado das pistas no ano passado, mas ao mesmo tempo vencer o drama de seu acidente no mesmo palco.

- Ruim é mesmo a situação de Giancarlo Fisichella. O italiano vinha bem na Force India, passou para a Ferrari, uma equipe para qual sempre sonhou pilotar e agora não consegue resultados. Pior, a volta de Felipe significa que a última prova de sua carreira foi mesmo o Grande Prêmio do Japão no último domingo. Sem uma despedida digna, sequer. Sem homenagens. Ano que vem ele será piloto de testes da Ferrari e provavelmente não disputará mais provas como titular por nenhuma equipe.

Off:

- E aqui fica uma pergunta: No ano passado, quando Massa disputava o título com Lewis Hamilton, muitas pessoas levaram o autódromo algumas faixas com os dizeres: "Rubinho, bate no Hamilton". Era uma campanha para que o piloto, que estava em baixa, tirasse o inglês da pista para que Massa fosse campeão. E agora? A situação vai se inverter? Ou será que já tem gente pensando em chamar Nelsinho Piquet de volta?

Concurso Cultural: "Você na Fórmula-1"

Aproveite as grandes chances que, cada vez mais, estão surgindo e vá ao Grande Prêmio do Brasil...


- Se você mora em São Paulo, tem Facebook e quer asistir o Grande Prêmio do Brasil no melhor setor do autódromo e com direito à acompanhante então participe do "Concurso Cultural" na página "Jeito Speedy".

- O ganhador levará credencial para os três dias do evento e poderá assistir treinos livres, classificatório e corrida, com direito à traslado e um Buffet exclusivo. Se você quer participar acesse o link http://migre.me/7Iwv, torne-se fã da página "Jeito Speedy" e finalize uma das três histórias publicadas no post do concurso. As histórias foram escritas por três blogueiros especializados. É simples.

- O Grande Prêmio do Brasil acontece nos próximos dias 16, 17 e 18 de outubro no autódromo de Interlagos em São Paulo.

10/04/2009

Bastidores: GP do Brasil

Abrindo a contagem regressiva para o Grande Prêmio do Brasil...

- Olá amigos do "Mundo Veloz". É com enorme satisfação que estou aqui pra passar um pouco dos bastidores do Grande Prêmio Brasil de Formula 1 para vocês. Muitas pessoas não tem ideia do imenso trabalho para a prova e também do que há por trás na organização do GP.

Trabalhei mais de 4 anos no autodromo de Interlagos e estou na minha segunda corrida de Fórmula-1. Trabalhei nas principais categorias do automobilismo nacional, isso claro, sem contar as inumeras etapas do paulista e também da Motovelocidade.

- A Fórmula-1 não mexe somente com a rotina do autódromo mas também de toda a cidade de São Paulo. É o maior evento esportivo da America Latina. São Paulo conta com uma das maiores frotas de helicópteros do mundo e o maior tráfego aéreo é exatamente no dia da corrida. O comércio e a rede hoteleira também contam com um um faturamento expressivo na época do GP.

- E quanto ao autódromo? Tudo começa efetivamente há pouco mais de 1 mês e meio da prova, quando Interlagos é fechado para competições e começam reformas, montagem das arquibancadas, áreas vip, enfim, o lugar vira um verdadeiro canteiro de obras.

- Mais de 8000 pessoas trabalham diretamente para a realização do evento. Desses 8000, 600 estão na area desportiva. São comissarios de pista e box, regate, apoio e direção de prova. Nesse trabalho de aproximandamente 1 mês antes da corrida há reuniões, palestras e treinamentos semanais aos sábados, onde é feita uma reciclagem de toda área desportiva, uma exigencia da FIA. Apesar disso, todos os convocados para a Fórmula-1 tem, no mínimo, 6 meses de experiência em corridas realizadas no autodromo.

- Ontem aconteceu o famoso simulado, exibido pela emissora oficial no Esporte Espetacular antes da corrida. É onde são simulados todos os procedimentos de resgate, sinalização, direção de prova, médicos, bombeiros, etc. Neste simulado já da pra sentir o clima da Fórmula-1, quando começa a contagem regressiva para o primeiro dia de treinos livres.

- Semana que vem estarei contando um pouco mais desse mundo maravilhoso que é a Fórmula-1, aqui no Mundo Veloz. Fui. Viuuuuuuuummmmmmmmmmmmmmmmmm.

Alan Tavares é Tecnólogo em Microeletrônica e um apaixonado por velocidade. Em Interlagos trabalhou como comissario de pista de 2001 à 2005, atuando nas principais categorias do automobilismo e motociclismo nacional. Alan, que nas horas vagas disputa campeonatos amadores de Kart, está voltando às pistas pela ocasião do Grande Prêmio do Brasil de 2009.