10/17/2009

Pro inglês ver

Barrichello assinala pole histórica em Interlagos...

- Foi antes de mais nada dramático. Nesse Grande Prêmio, o do Brasil, que mostrou mais uma vez a vocação fatos históricos, o treino de classificação foi o maior da história da Fórmula-1. Começou as 14 horas e terminou 16:40, tudo por causa da chuva pitoresca de época de GP.

- E nesse meio tempo a chuva foi colocando os aspirantes à título na condição de protagonistas de um drama.

- O primeiro foi Vettel que, no Q1, não conseguiu se classificar entre os 15. Com a primeira bandeira da vermelha da sessão, após rodada de Fisichella, ele ficou um bom tempo com o primeiro tempo. Porém, quando os pilotos voltaram à pista, após uma longa parada devido à chuva, ele não conseguiu melhorar, enquanto todos o fizeram com pista úmida e ele só teve chance de fazer quando novamente a pista molhou. Ele larga amanhã em 16º, 2 posições à frente do atual campeão Hamilton, que também teve o mesmo tipo de problema.

- O Q2 foi a sessão que possibilitou mais possibilidade de mistura de sensações acerca do treino. Ansiedade, tédio, tensão e também falta do que se fazer. Com pouco mais de 2 minutos do início, Vitantonio Liuzzi bateu forte no final da reta dos boxes após perder o controle em plena reta, tudo para se ter uma noção de como estava a pista. O resultado foi mais uma bandeira vermelha, a mais demorada dos últimos anos.

- Por muitas e muitas vezes o carro de segurança foi checar as condições de pista e, quando todos pediam aos céus para que a chuva diminuísse e o trein o pudesse ser reiniciado, eis que a FIA emitia o comunicado de que novas vistorias seriam feitas. Após as 16:10 locais, o treino foi enfim reiniciado com boas condições de pista e o drama para outro postulante ao título começou.

- En quanto alguns pilotos arriscaram pneus para chuva intermediária, Barrichello e Button continuaram com pneus para chuva, pois a primeira volta dos rivais não foi boa. O resultado é que no final ambos não conseguiam melhorar os tempos que haviam obtido enquanto os outros progrediam. Button não conseguiu passar do 14º posto para a largada e Barrichello bateu na trave com o 10º lugar.

- À essa altura, a torcida brasileira no autódromo e fora dele já se dava por satisfeita com o resultado, mesmo que Barrichello viesse largar em 10º. Mas ele foi além disso. Contrariando as expectativas que apontavam Webber e Rosberg como favoritos à pole, ele foi para cima, com um pouco menos de combustível que os rivais, e se colocou entre os primeiros.

- Por 3 vezes ele esteve em 1º lugar e foi superado por Trulli, Kubica, Raikkonen e Rosberg. No final, o tempo de 1:19:576 não pôde mais ser batido e ele conquistou a 1ª pole-position do ano, embora tenha largado 9 vezes à frente de seu companheiro contra apenas 7 de Button.

- O resultado pode ser classificado como uma bomba psicológica para cima de seu companheiro que vem sentindo a pressão da crescente de Rubens na segunda metade da temporada. A cobrança existe, é grande e ele não conseguiu mais uma vez se livrar dela.

- Após o final, Rubens saiu de seu carro sem parecer acreditar no que estava acontecendo e afirmando esperar que estivesse mais leve, porém não muito, que seus rivais nas primeiras colocações (Webber, o 2º e Sutil, o 3º). E é exatamente a realidade que será enfrentada por eles. Barrichello parte com 650 quilos, é o mais leve no grid, mas Webber e Sutil partem com 656 e não devem ficar na pista mais do que 2 voltas além do brasileiro que briga pelo título.

- Bonito demais ver a reação da torcida em Interlagos. Não querendo ser ufanista ou destilar todo um brasileirismo exacerbado que eu sequer tenho, mas em nenhum lugar do mu ndo se pode ver um piloto marcando o primeiro tempo e a torcida reagindo como se fosse um gol. E para um treino emocionante como esse, com tantas bandeiras vermelhas, com tantas trocas de posição entre os primeiros colocados no momento decisivo esse é um ingrediente que faz uma diferença grande em prol da beleza do espetáculo. Fica mais bonito ainda quando o piloto pelo qual a torcida torce, consegue retribuir na pista com a primeira colocação. O resultado de tudo isso é que hoje foi sim um dia histórico em Interlagos.

- Amanhã a grande estratégia é aproveitar que tem o carro mais leve que Webber e Sutil e acelerar muito nas primeiras voltas para abrir uma vantagem cômoda que o permita brigar para manter a liderança e posteriormente vencer a prova torcendo para que Button não pontue. Sera o resultado ideal também para a emoção da disputa pelo campeonato. A estratégia é essa em caso de chuva ou de Sol, a diferença é que com pista molhada tudo pode acontecer e seu companheiro pode voltar à zona de pontos.

- Seus grandes rivais seriam Webber, Rosberg e Raikkonen, mas com o finlandês tendo ficado em 5º e o alemão em 7º, eu acredito que cabe apenas ao australiano impedir a primeira vitória de Rubens no Brasil. Ou então os seu próprio histórico, mas, por enquanto, seu companheiro, o inglês Jenson Button, está vendo que ser campeão do mundo não é tão fácil como lhe parecia no início da temporada.

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