7/14/2009

Piquet x Galvão, o certo e o errado

Até que ponto o narrador errou ao citar Nelsinho Piquet como carta fora do baralho na Renault?


- A polêmica começou na noite de ontem. Nelsinho Piquet foi dado como demitido da Renault pelo narrador Galvão Bueno em seu programa no Sportv, o Bem Amigos, em um consternado tom de despedida (Veja o vídeo no Plog do Pezzollo). ele diz na matéria que Lucas di Grassi foi chamado para o lugar de terceiro piloto e que Romain Grosjean seria o terceiro piloto (na verdade quem diz não é Galvão e sim o comentarista Renato Maurício Prado).

- Depois de muito esperarmos eis que o piloto aperece no Twitter (onde posta assiduamente, mas estava ausente) disparando seguinte pérola: "Aí Galvão, vc está errado, meu bom! Te vejo na Hungria! E vamo torcer para q o carro esteja melhor lá! Valeu pelo apoio de todo mundo! Abcs!". Foi um momento épico no Twitter e que pessoalmente muito me divertiu.

- Mas o assunto a ser abordado é outro. Desde ontem, após afirmação de Galvão Bueno, eis que algumas pessoas se levantaram contra a afirmação do narrador simplesmente porquê a sua saída ainda não havia sido oficializada (como ainda não o foi e parece que não o será).

- E por que Galvão não pode fazê-lo sendo que tanta gente afirmou que Nelsinho não seria mais piloto da equipe após o Grande Prêmio da Alemanha? Não quero aqui criticar a postura de nenhum colega, mas os boatos se espalharam facilmente na imprensa brasileira e sempre foram dissuadidos veementemente, a Globo, na figura de seu narrador, não o fez.

- Após a afirmação de Galvão Bueno, queira ou não, muitos se prepararam para o pior e principalmente deixaram na "ponta da agulha" a informação para soltá-la quando fossem oficializado, cada um de sua forma é claro, cada um afirmando que um ponto diferente seria decisivo para que o louco Briatore assinasse a carta de demissão do piloto.

- Galvão errou? Sim, errou, como erraram tantos membros da imprensa especializada e eu me incluo entre eles. Como eu mesmo creio que tenho o direito de errar acho que Galvão também o tem e por isso não acho que eu deva agora criticar de forma tão dura o narrador oficial da Fórmula-1 no Brasil.

- Vale lembrar também que há um peso diferente. Eu errando aqui no "Mundo Veloz" ou na "F1 Mania" é uma coisa, ninguém vai falar mal, mas Galvão Bueno tem um peso maior pois ele carrega nas mãos um microfone muito forte... e está lá há muitos anos como principal membro da equipe.

- Não sou fã de Galvão Bueno, e muito menos acho que ele precise de algum tipo de defesa (sequer lerá estas palavras, creio eu), mas acredito que devamos pegar um pouco mais leve e analisar que em nossa profissão cometemos inúmeros erros, grandes e pequenos, sempre orando aos céus para que sejamos perdoados por tais atos. É oque acontece com ele.

- Galvão escreveu uma carta pedindo desculpas ao piloto e dizendo que ainda o quer fazer pessoalmente SE puder. Eu acho que muita gente agora poderia fazer o mesmo, mesmo que esperem até o final do ano se ele chegar até lá. Acho desnecessária essa jornada contra a Rede Globo levantada por parte da imprensa brasileira (do qual fazem parte alguns amigos que eu por sinal muito respeito). Nâo leva a nada, a Globo é sim uma gigante e temos de aceitar isso e respeitar para que, quem sabe, ela também nos respeite um pouco mais já que é isso que tanto cobram da emissora e de seus integrantes.


- Eu da minha parte prefiro apenas curtir o momento engraçadíssimo que foi ler a mensagem de Piquet diretamente ao narrador (o que por sua vez foi jogar para a galera pois ao que se sabe Galvão nem faz parte do Twitter). Eu ri muito, confesso... não levemos a Fórmula-1, a Globo, Galvão Bueno e nem ao menos o Nelsinho Piquet tão a sério...

7/13/2009

E o Barrichello, hein?

Em paz com torcida e mídia nas últimas 2 semanas depois de sua bem sucedida entrada no Twitter agora ele vive momento de polêmica...


- Sempre criticado, sempre cobrado, o brasileiro Rubens Barrichello conquistou confiança de torcida e um pouco do carinho da mídia especializada após sua entrada no Twitter. A promessa de que encararia dançar o "Moonwalk" (passo de dança clássico de Michael Jackson) caso subisse ao pódio no Grande Prêmio da Alemanha junto uma torcida imensa para que ele conseguisse e para que a categoria vivesse um raro momento de descontração.

- Pois bem... ele não conseguiu... teve problemas com pneus, no pit e depois ainda teve praticamente de ceder sua posição para que Button conquistasse ainda mais um ponto. O que se viu a seguir foi um festival de estranhas declarações:
  • "Hoje foi um ótimo show da equipe de como perder uma corrida";
  • "Estou bem chateado com o jeito que as coisas aconteceram. Eu fiz tudo que tinha que ser feito. Eu fui primeiro no primeiro trecho e eles me fizeram perder a corrida";
  • "Se isso é realmente o que está acontecendo, nós vamos acabar perdendo ambos campeonatos. Eu sinto muito por mim e pela equipe";
  • "Para ser bem honesto, eu queria poder entrar no avião e ir para a casa. Eu não quero falar com ninguém da equipe. Vai ser o mesmo blá blá blá e eu não quero ouvir isso".
- Ross Braw rebateu, embora com panos quentes:
  • “Foi uma frustração do piloto”;
  • “Quando você sai de um carro pensando que pode deveria ter vencido uma corrida, você não se dá conta de todos os fatos, isto pode acontecer";
  • “Esta é a paixão que alguns pilotos têm”;
  • “Uma vez que ele se acalme... sente e olhe para todos os números, ele perceberá que éramos muito lentos. Não havia capacidade de vencermos a corrida”.
- Barrichello não aliviou:
  • “No final do dia, eu posso sair no final do ano se quiser, mas agora eu quero correr”;
- Pois bem. O brasileiro vive mais uma vez uma situação frustrante na carreira. Relembrando os tempos de Ferrari ele perde para o companheiro de equipe, vê a equipe privilegiar Button e encara problemas muito parecidos.

- O problema estaria em Barrichello ou em Ross Brawn (seu mesmo chefe nos tempos de Maranello)? Fica difícil explicar essa relação entre os dois pois o dirigente depositou muita confiança no brasileiro que perdeu para Jenson na pista simplesmente porque o inglês foi mais rápido que ele e pronto.

- Agora, ao mesmo tempo, eu que sempre fui um crítico das declarações de Rubens entendo que não deva ser fácil mais uma vez se confrontar com a essa situação. Que fique aqui bem claro que Barrichello não foi deliberadamente prejudicado pela Brawn GP (que teve inúmeros problemas com pneus no final de semana) mas são coisas que acontecem (sempre ele).

- Depois ele foi sim orientado a ir para os boxes antes de Button para que, já que o brasileiro não iria mais para o pódio, ele pudesse ao menos conquistar um ponto a mais. Novamente Barrichello acabou sendo preterido pelo time, dessa vez deliberadamente mas de uma forma que não há como não compreender já que é Button que luta agora pelo título (e com Vettel cada vez mais perto).

- Resta saber porque ele sempre aparece na mídia vivendo esse tipo de situação constrangedora, mas sua irritação aos poucos acaba sendo fácil de se compreender. Ele é um obstinado pelo que faz, mas gostaria de ter um pouquinho mais de competência, sorte ou alguma coisa que talvez só ele saiba o que é.

7/12/2009

Webber é o personagem do dia

Webber dispara ritmo alucinante e vence de forma brilhante na Alemanha...


- A estratégia definiu o Grande Prêmio da Alemanha? Talvez... mas o certo é que Mark Webber foi o grande nome do dia depois de um ritmo de prova alucinante, quando descontou uma punição sofrida após excesso de vontade na largada e toque em Barrichello, e partiu para sua primeira vitória da carreira.

- Apesar do excelente ritmo não se pode dizer que foi uma vitória tranquila. Barrichello largou bem e assumiu a liderança da prova. Webber tinha mais carro mas teria de escoltar Rubens Barrichello, sua sorte é que Kovalainen também largou muito bem, fazendo uso do KERS, mas depois não tinha ritmo para acompanhá-lo e segurou todo o restante do pelotão. Isso permitiu que o australiano e o brasileiro seguissem tranquilos na frente e, quando Webber pagou a punição, não perdesse tantas posições. Barrichello também tinha ótima vantagem com isso.

- Quando a metade da prova se aproximava Barrichello perdia rendimento, bem como seu companheiro de equipe, tudo isso próximo da hora de parar. Webber já estava em segundo lugar, em ótima recuperação, e tinha tudo para conquistar a posição quando o brasileiro resolveu fazer sua primeira parada. Um problema com a magueira fez com que uma parada que era para ser de 6 segundos se transformasse em 11.4, ou seja, suas chances de brigar pelo pódio estavam se esvaindo. Rubens está neste momento completamente irritado e diz que não quer ouvir o mesmo "blá, blá, blá" da equipe que, segundo ele hoje deu "show de como perder uma corrida".

- Aqui cabe uma reflexão. A equipe o prejudicou? Sim, mas não deliberadamente com o intuito de proteger Button (assunto no qual Rubens está sempre envolvido). Problemas de pneu podem até ser transferidos para a conta do time e principalmente o problema com a mangueira de combustível, que o atrasou completamente. Não creio que algo tenha sido feito em prol de Jenson pois 3 carros estavam entre eles e o prejuízo para a equipe por seus erros hoje foi muito grande.

- Quem pôde comemorar com isso foi não só Webber como também Felipe Massa. As trapalhadas da Brawn GP permitiram que o brasileiro ocupasse um lugar no pódio pela primeira vez desde o Grande Prêmio do Brasil do ano passado, quando perdeu o título em casa para Hamilton. Foi também a primeira vez desde aquela corrida que ele liderou uma prova, a frente de Barrichello que, em seu encalço, acavou também perdendo um tempo que faria diferença para ele no final.

- A Ferrari com isso vai voltando (bem aos poucos, é verdade) à disputa pelas primeiras posições. De qualquer forma, em um momento onde Fernando Alonso é tido como nome praticamente certo na equipe para o ano que vem, vai ficando fácil um pouco fácil descobrir quem seria o escolhido para ser companheiro do espanhol bicampeão do mundo.

- Completando o assunto sobre o vencedor. Enquanto tudo isso acontecia o australiano abria mais uma vez 15 segundos de diferença para seu companheiro de equipe Sebatian Vettel (descontados pelo fato de Mark ter administrado um pouco a prova no final). A comemoração então foi um show a parte com gritos e choro emocionados de um piloto que conquistara sua primeira vitória após 129 GP´s disputados, a maior série da história (o recorde anterior era justamente de Barrichello com 124 provas).

- Destaque para a prova de Adrian Sutil, que largou em sétimo com um dos carros mais pesados do grid, chegou a andar em segundo e pontuaria com certeza se não fosse mais um encontro desastrado com Raikkonen na pista. Em sua saída dos boxes ele tocou o finlandês, quebrou o bico e com mais uma parada ficou sem chances de pontuar. Vale lembrar que o maior momento da carreira de Sutil até então havia acontecido em Mônaco no ano passado quando chegaria em quarto lugar mas o finlandês estragou a corrida dele após rodar e bater na saída do túnel, os dois abandonaram. Para Adrian o melhor mesmo seria que Raikkonen fosse disputar provas de Rali.


- Ele evita falar em disputa pelo título mas já é o terceiro colocado no campeonato, 1 ponto e meio atrás de seu companheiro Sebastian Vettel. Webber tem 45,5, Vettel 47 e Barrichello caiu para quarto com 44.

- A Red Bull tem mais carro no momento (em especial em corridas onde o clima é frio), cuida melhor dos pneus e quando precisa de um ajuste fino em seu carro ainda tem o mago Adrian Newey à disposição. A posição deles no campeonato é melhor, mas Button ainda é líder disparado. Barrichello fica fora da briga pois agora a disputa aperta e o favorito é Button, seria um erro de estratégia da equipe de Ross Brawn deixar os dois pilotos competirem em condições iguais, exceto em casos onde pilotos de outras equipes estejam entre eles.