5/01/2009

15 anos!!!

A lembrança que não cessa...


- É, hoje é o dia em que o mundo para. Não, não estou falando de empresas, seus trabalhadores, das necessidades do mundo e etc, etc, e tal. Falo de nós, amantes do automobilismo. Sempre a cada dia 1º de maio a gente para, reflete, tenta se lembrar do que aconteceu, imaginar como seria se "ele" não tivesse partido. Ele é Ayrton.

- Alguns exercícios são inevitáveis. Quais seriam as chances dele não correr e evitar tudo o que aconteceu? Será que o destino existe mesmo e isso tinha de acontecer? Ele seria suspenso se não corresse? Ele sabia que morreria?

- A comunidade blogueira, os editores de diversos sites, os produtores de TV, todo mundo pensa nisso a cada dia 1º de maio. Tenho um tio que aniversaria nesta data que antes era conhecida como o "Dia do Trabalho" e que agora é conhecida com o dia do aniversário da partida dele. Pelo menos para mim. Meu tio há de me desculpar, mas sempre me lembro primeiro desse fato.

- E era na casa deste tio que eu estava há exatos 15 (puxa, quanto tempo, estou mesmo ficando velho). Eu, meu primo e minha avó (que também já se foram). Meu tio não estava, ele trabalha domingo de manhã na mesma profissão que hoje escolhi pra mim, o rádio.

- Como a maioria das pessoas com quem eu conversei até hoje eu não acreditava que aquele forte acidente causaria a morte do tricampeão. Pensei nos pontos que ele perderia no campeonato e no quão difícil seria uma recuperação. Talvez porque no dia anterior eu não tenha assistido o treino de classificação e não tenha visto o acidente que vitimou Roland Ratzenberger. Mesmo no domingo eu não tinha visto o acidente ainda pois coincidentemente quando houve a reprise eu não estava perto da TV.

- E ao comentar o acidente com o austríaco, ainda no sábado, ouvi de minha irmã em frente à pequena TV do quarto: "Já pensou se acontece isso com um Ayrton Senna?". Não, eu juro que não estou inventando, ela disse, não esqueço.


- Ouvindo pelo rádio também não há como esquecer da voz italiana e misteriosa de Cláudio Carsughi pela rádio Jovem Pan exclamando que "Senna é morto", algo que parecia estranho mesmo diante da inegável experiência do comentarista.

- Não da pra medir como minha vida mudou nesses 15 anos, não por isso e sim por diversos outros motivos, afinal 15 anos não são 15 dias. Passei por vários empregos, ingressei em uma profissão, conheci músicas, tive minhas bandas de rock, me integrei à várias redes de amigos, vi projetos, vi presidentes entrarem e saírem, prefeitos, tenho uma noiva. É muita coisa. Tudo isso regado à Fórmula-1 nos finais de semana pois eu não consegui parar de seguir aquela paixão.

- Na Fórmula-1 eu acompanhei depois disso toda a era Schumacher. Vi sacanearem Rubens Barrichello (não a equipe e sim a própria imprensa brasileira), vi nascer Alonso, o azar de Raikkonen e sua incrível sorte no GP do Brasil de 2007, vi nascer Massa, a decisão de título mais espetacular de todos os tempos, uma corrida com 6 carros, brigas e mais brigas, mudanças e mais mudanças nos regulamentos, comentei Fórmula-1 em rádio, enfim...

- E mesmo assim, após passar 15 anos, é impossível não parar nesse dia 1º de maio para lembrar o que aconteceu, para comparar como seria o brasileiro correndo hoje, o que ele estaria fazendo nos dias atuais e até ouvir a eterna disputa entre quem era melhor, Senna ou Schumacher?

- 15 anos é uma marca especial. Nós, seres humanos, damos valor a alguns números. 10 anos, 15, 20, 25 e por aí vai. A passagem dos anos, como diria Drummond, é ideal para que nós possamos renovar as nossas energias, valores e afins.

- E é assim que funciona. Cada passagem de ano nos ajuda a aceitar melhor o rumo que as coisas devem tomar até que a próxima geração, aquela que conhece Senna através dos túneis, estradas e avenidas que levam seu nome, possa apenas respeitá-lo como um grande nome do passado e deixá-lo, enfim, descansar em paz.


- Recomendo o excelente texto escrito pelo Rianov Albinov, que me fez relembrar em detalhes aquele final de semana. Clique aqui.

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