4/26/2007

Papa, Rede Globo e Fórmula-1

Emissora deve transmitir Grande Prêmio da Espanha em conjunto com missa do pontífice no Brasil...


- Relutei muito em comentar esse assunto por aqui pelo receio que tenho de falar sobre todo e qualquer assunto que esteja realacionado à religiões. Mas o assunto está rolando desde segunda feira e não quero me sentir um óvni, sem comentar que a Rede Globo de Televisão, exclusiva detentora dos direitos de transmissão da Fórmula-1 no Brasil não irá transmitir o Grande Prêmio da Espanha com a mesma "qualidade" de sempre.


- Tudo acontece porquê no próximo dia 13 de maio às 9 da manhã, dia e horário da corrida em Barcelona, o Papa Bento XVI estará em Aparecida do Norte realizando a mais importante de duas missões aqui no país, que é a missa de canonização do Frei Galvão. Com isso a Rede Globo deve transmitir a corrida em uma "janelinha no canto", como chamamos a divisão de imagens na tela da TV.


- Olha, eu não tenho procuração para defender a Rede Globo, eu não gosto do Bento XVI (por favor, não vamos aqui discutir os motivos), mas vou na contramão dos aficcionados no esporte. Tudo porquê a Globo não é uma empresa filantrópica disposta à fazer caridade com a "meia duzia" de pessoas que querem ver a Fórmula-1.


- É inegável que a visita do Papa ao Brasil gerará a audiência que a Globo necessita, e será uma audiência maior que a da Fórmula-1, ou seja, vamos parar de criticar a Globo e até mesmo o Papa, pois por esse motivo ele não merece crítica alguma.


- Outro detalhe, em 1994 quando o país sofreu o trauma da morte de Ayrton Senna, a maioria das pessoas deixou de assistir corridas e a minoria que continuou gostando do assunto não ficou sem as imagens da principal categoria do automobilismo mundial. De lá pra cá aconteceram exatas 220 corridas e a emissora só deixou de transmitir duas: Grande Prêmo da Bélgica de 2004 que foi substituído pela conquista da medalha de ouro olímpica do volley masculino (com reprise depois, excelente corrida por sinal) e o medíocre Grande Prêmio dos EUA de 2005 (por jogo da seleção brasileira) quando apenas seis carros estiveram presentes... será que outra emissora teria arriscado tanto assim?

1 comentários:

Felipe Maciel disse...

Garcia,
respeito absolutamente todos os seus argumentos e reconheço a importância da realização deste evento mas insisto na pergunta: pra quê transmitir a missa ao vivo? Se for gravado não vai dar no mesmo? Em caso de resposta negativa, por que não passam a corrida toda depois da missa, então? Particularmente, posso suportar a ansiedade de saber o resultado só para acompanhar a cobertura completa. Mas, infelizmente, a Globo deve considerar o programa do faustão mais sagrado que a F1 também.

Quanto ao último parágrafo, eu não diria a palavra "arriscado". Para mim, trata-se de um pensamento a longo prazo, pois um dia a categoria voltaria a dar dinheiro e a trasmissão da F1 pela Globo já era tradição.

Ah, eu coloquei uma indicação do seu blog lá no blogf-1. Demorei mas fiz.

Abraço